The Beach Boys - Wild Honey

Wild Honey

13º álbum de estúdio​

Fase

Em Busca da Profundidade (1965–1967)

7.4

Nota média
de sites de crítica

Do porão ao soul: o retorno sem frescura

O álbum surge como uma trégua sonora pós‑Smile, colocando os Beach Boys de volta ao básico, com grooves soul e R&B caseiros. É como se eles tivessem trocado os sintetizadores e cordas por um honky‑tonk no quintal de casa – simples, sincero e refrescante.

O som cru, quase ao vivo, com piano desafinado propositadamente e o timbre de órgão insistente, mostram uma banda que cansou de sofisticados labirintos e quis cantar de novo juntos. Faixas como “Wild Honey” e “Darlin’” trazem vocais diretos, polidos de forma natural, sem artifícios; já “How She Boogalooed It” tem o swing groove típico de Motown combinado com sotaque de surf rock. Apesar da recepção fria à época, hoje se reconhece sua genialidade como precursor do indie lo‑fi e do gênero DIY pop.

Destaques

6 – Darlin’
1 – Wild Honey
8 – Here Comes the Night

Menos ouvidas

11 – Mama Says
7 – I’d Love Just to See You

Fatos interessantes

• O álbum foi gravado em poucas semanas, entre setembro e novembro de 1967, no estúdio da banda e no Wally Heider Studio em LA, sem muita pompa.

• Foi o segundo LP creditado como produzido pela própria banda, reforçando o protagonismo do grupo.

• O título surgiu ao ver um pote de mel selvagem na cozinha de Brian – cabeceira musical em casa.

• Mesmo sendo o álbum com piores vendas até então (chegou ao 24º lugar nos EUA), influenciou a onda back‑to‑basics de Dylan, Beatles e Stones.

• Rerelease estereofônico em 2017, parte do box 1967 – Sunshine Tomorrow, trouxe tom mais cristalino.

• Carl Wilson começou a produzir, assumindo mais responsabilidades, a partir daqui.

• É considerado precursor do indie pop DIY e foi elogiado por críticos como Paul Williams, da Outlaw Blues.

• Há versões ao vivo em show de Boston (23/11/67) e gravação para UNICEF em Paris.

• A capa com vitral é um recorte de uma janela da própria casa de Brian em Bel Air.

• “Here Comes the Night” ganhou remake disco em 1979 – inusitado para a época.

Produção

The Beach Boys

Mudança de line

Charles Murry (“Murry Wilson”) saiu da produção. Carl Wilson passou a contribuir mais como produtor por solicitação de Brian.

Formação

Al Jardine – vocais, guitarra base
Bruce Johnston – vocais, órgão, baixo (em “Wild Honey”)
Mike Love – vocais
Brian Wilson – vocais, piano, órgão, percussão, Chamberlin, baixo
Carl Wilson – vocais, guitarra solo e base, baixo, tamborimbó, bateria
Dennis Wilson – vocais, bateria, bongôs

Músicos adicionais
Arnold Belnick, Bonnie Douglas, Alexander Neiman, Wilbert Nuttycombe, Jerome Reisler – violino/viola
Harold Billing, Ollie Mitchell, Anthony Terran – trompete
Lew McCreary – trombone baixo
Jay Migliori – sax barítono
Paul Tanner – Electro-Theremin
Hal Blaine – bateria
Ron Brown – baixo
Billy Hinsche – vocais de apoio

Se gostou, também vai gostar de...

Tim Maia - Nuvens
MPB

Tim Maia – Nuvens

Tim Maia em alta voltagem: funk suingado, groove impecável, melancolia afiada e um soul refinado que merecia mais holofotes.

Nao - Jupiter
R&B

Nao – Jupiter

R&B solar e introspectivo, misturando funk, baladas e eletrônica com uma leveza radiante, celebrando crescimento e autossuficiência.

Outros álbuns do mesmo ano

Caetano Veloso - Domingo
Bossa nova

Caetano Veloso – Domingo

Estreia suave de Caetano e Gal, “Domingo” é um tributo à bossa nova, com arranjos delicados e letras que prenunciam a revolução tropicalista.

David Bowie - David Bowie
Music hall

David Bowie – David Bowie

Estreia teatral de Bowie mistura baroque pop e letras provocativas, revelando o embrião do artista camaleônico que viria a ser.