The Cure - The Top

The Top

5º álbum de estúdio​

Fase

Transição Pop-Sombriamente Radiante (1984–1987)

6.5

Nota média
de sites de crítica

O álbum menos coeso — e mais tripante — dos Cure

Este é um disco que parece ter sido construído no piloto automático de um Robert Smith psicodélico: soa como se ele estivesse em um furacão sonoro de violinos torturados, flautas voadoras e teclados delirantes. “The Top” é meio bagunçado, meio fascinante — um patchwork de gêneros que vai do post‑punk sombrio ao pop estranho, passando por psicodelia bricolada.

É como se o Smith tivesse decidido fazer um arco‑íris sonoro antes de mergulhar de vez no pop mais acessível que viria depois. Há momentos quase enlouquecidos como “Shake Dog Shake” e experimentações folclóricas em “Bird Mad Girl”, tudo com uma aura de sonho febril. É um álbum de transição que só faz sentido no contexto: o ponto mais próximo de um álbum solo do vocalista, cheio de personalidade, caos e audácia.

Destaques

6 – The Caterpillar
1 – Shake Dog Shake
2 – The Birdmad Girl

Menos ouvidas

9 – Bananafishbones
4 – Give Me It

Fatos interessantes

• É o primeiro álbum em que Tolhurst troca a bateria pelos teclados.

• Smith toca quase todos os instrumentos — violino, flauta, harmônica incluídos — reforçando a sensação de que poderia ser um álbum solo.

• Robert Smith descreveu o disco como “o mais irregular dos Cure” (“patchiest Cure album”).

• É considerado o ponto mais caótico e imprevisível da transição artística da banda.

• O álbum alcançou o top 10 no Reino Unido, estreando em 10º lugar.

• Faz parte de um período de incertezas na banda, com Smith envolvido paralelamente em gravações com o Siouxsie and the Banshees e a banda quase chegando a seu fim.

• “The Caterpillar” foi o único single lançado do álbum.

• No álbum seguinte, “The Head on the Door”, o Cure terá uma sonoridade mais polida e um retorno à coesão sonora.

Produção

David M. Allen, Chris Parry, Robert Smith

Mudança de line

O álbum marca uma fase de transição: Lol Tolhurst, originalmente baterista, passou aos teclados, e Andy Anderson entrou como novo baterista, substituindo Simon Gallup, que havia deixado a banda após tensões internas. Robert Smith assumiu grande controle criativo, tocando múltiplos instrumentos, e Porl Thompson contribuiu pontualmente com saxofone.

Formação

Robert Smith – voz, guitarra, baixo, teclados, órgão, flauta, violino, harmônica
Lol Tolhurst – teclados
Andy Anderson – bateria, percussão

Músicos adicionais
Porl Thompson – saxofone (em “Give Me It”), teclados, guitarra nas faixas ao vivo (na edição Deluxe)
Phil Thornalley – baixo nas faixas ao vivo (na edição Deluxe)

Se gostou, também vai gostar de...

The Cure - Songs of a Lost World
Rock gótico

The Cure – Songs of a Lost World

Gótico em câmera lenta, Songs of a Lost World é melancolia madura: arranjos densos, letras sobre finitude e saudade em oito faixas poderosas.

Viagra Boys - Shrimp Sessions
Ao Vivo

Viagra Boys – Shrimp Sessions

Live visceral gravado em galpão, com puro post-punk cru e humor ácido, capturando a potência ao vivo que falta nos estúdios.

Outros álbuns do mesmo ano

Rush - Grace Under Pressure
New Wave

Rush – Grace Under Pressure

Rush pegando a paranoia dos anos 80, misturando gelo, guerra fria e drama existencial em sintetizadores cortantes e versos de gelar a espinha.

Toto - Isolation
Arena rock

Toto – Isolation

AOR técnico e elegante com vocais múltiplos e arranjos orquestrais; menos hit, mais virtuosismo de uma banda em transição.