The Cure - Faith

Faith

3º álbum de estúdio​

Era

Germinação Sombria (1979–1982)

8.0

Nota média
de sites de crítica

Névoa funeral e fé perdida

Num mergulho cinzento e introspectivo, Faith se firma como o lamento gótico definitivo dos Cure — como se cada nota estivesse envolta em neblina e cada baixo pulsasse em um túmulo silencioso. A capa enevoada já prepara o terreno: as músicas se arrastam como solilóquios ritualísticos, com “All Cats Are Grey” parecendo um incantação pós‑cinema e “The Funeral Party” soando como um funeral subaquático.

O álbum constrói uma atmosfera consistente e hipnótica, onde o trio reduzido intensifica a densidade emocional. Comparado ao minimalismo de Seventeen Seconds, Faith aprofunda o dramatismo; é uma ponte sombria que une à devastação visceral de Pornography, mas de forma ainda mais soturna e emocionalmente íntima — um lamento em forma de trilha sonora para almas em luto.

Destaques

2 – Primary
5 – The Funeral Party
4 – All Cats Are Grey

Menos ouvidas

6 – Doubt
7 – The Drowning Man

Fatos interessantes

• A capa foi criada por Porl Thompson e mostra o Priorado de Bolton encoberto por névoa

• A faixa “Carnage Visors” (27 min) aparece apenas na versão em cassete do álbum, sendo trilha sonora de um curta que abria os shows da turnê Picture Tour de 1981

• “Primary” tem peculiaridade única: Robert Smith e Simon Gallup tocam baixos e não há guitarras ou teclados na faixa

• Algumas músicas como “All Cats Are Grey” e “The Drowning Man” foram inspiradas na série de romances Gormenghast, de Mervyn Peake

• Em 2005, saiu edição deluxe com demos, out­takes, gravações ao vivo e o single “Charlotte Sometimes” incluído no segundo disco

• O álbum chegou ao 14º lugar nas paradas do Reino Unido e recebeu certificado de prata pela BPI

Produção

The Cure, Mike Hedges

Mudança de line

O tecladista Matthieu Hartley deixou a banda antes das gravações, insatisfeito com a direção musical mais sombria do grupo. A banda continuou como um trio, o que contribuiu para uma sonoridade mais esparsa e atmosférica.

Formação

Robert Smith – voz, guitarra, teclados
Simon Gallup – baixo
Laurence “Lol” Tolhurst – bateria

Se gostou, também vai gostar de...

Depeche Mode - Black Celebration
Pós-punk

Depeche Mode – Black Celebration

Encerrando a “Trilogia de Berlim”, este álbum mergulha em sons industriais e letras sombrias, redefinindo o synth-pop da banda.

The Cure - The Top
Pós-punk

The Cure – The Top

Uma viagem psicodélica de post‑punk e new wave — Robert Smith soa solitário, intenso e experimental no álbum mais caótico (e mais pessoal) dos Cure.

Outros álbuns do mesmo ano

Toto - Turn Back
Pop Rock

Toto – Turn Back

Um Toto mais ousado e experimental, guitarras densas e ambição progressiva: o álbum mais sombrio e menos comercial da fase inicial.

Whitesnake - Come an' Get It
Blues rock

Whitesnake – Come an’ Get It

Hard rock poderoso com pitadas de blues: riffs marcantes, voz intensa e produção mais refinada, é o álbum que catapulta o Whitesnake no cenário 80’s.

Billy Joel - Songs in the Attic
Ao Vivo

Billy Joel – Songs in the Attic

Clássicos dos primeiros discos revigorados ao vivo: energia de banda, produção certeira e emoções cruas em performances inesquecíveis.