Suede retorna com Antidepressants, uma viagem sombria e visceral que mistura a teatralidade angustiada dos anos 90 com uma maturidade visceral reforçada por camadas de drama pós-punk e texturas góticas. A capa — ecoando uma fotografia de Francis Bacon — funciona como um memento mori que encapsula o tom do álbum: intenso, corajoso e emocionalmente cravado na vida adulta. As faixas abrem com “Disintegrate”, um estalo dramático que segue o legado de Autofiction, mas mergulha mais fundo nos medos ao redor da mortalidade e da paranoia.

Ed Buller manipula o ruído e a ambiência — desde notificações agressivas a silêncios inquietantes — transformando o som da banda em algo claustrofóbico mas grandioso. Letras que antes eram confessionais agora são metáforas sombrias, entregues com drama digno de palcos cinemascope. É como se Suede, nessa fase da vida, decidisse fazer seu trabalho mais intenso, direto e teatral — e o resultado é hipnotizante.

Brett Anderson – voz
Neil Codling – piano, sintetizador
Simon Gilbert – bateria
Richard Oakes – guitarra
Mat Osman – baixo