Folk, Natal

If on a Winter's Night...

4.3

Nota média
de sites de crítica

Solstício sonoro (ao invés de Papai Noel)

Este álbum é uma caminhada sonora por um bosque de carolinas ancestrais e lendas invernais — longe da típica trilha pop natalina. Sting oferece uma colcha de retalhos vocal e instrumental: do alaúde medieval ao trompete contemporâneo, atravessando harpas, gaitas e madrigais com toque quase ritualístico. Há algo de cerimonial na forma como “Gabriel’s Message” se instala como um sussurro espiritual, seguido por “Soul Cake”, com seu convite festivo e melancólico ao mesmo tempo.

A escolha por tradições musicais britânicas — misturadas com reinterpretações de Schubert e até dois originais seus — mostra uma reverência refinada à estação do inverno. É como se Sting, de roupão e contemplação, convidasse você a uma lareira antiga, para ouvir cantigas que ecoam há séculos. Funciona como uma antítese sofisticada ao brilho plástico das festas modernas, evocando mais profundidade emocional do que luzes piscantes.

Destaques

2 – Soul Cake
1 – Gabriel’s Message
5 – Christmas At Sea

Menos ouvidas

15 – You Only Cross My Mind in Winter
14 – Hurdy Gurdy Man

Fatos interessantes

• O título do álbum é inspirado no romance If on a winter’s night a traveler, de Italo Calvino.

• Traz tanto repertório tradicional (como “Gabriel’s Message”) quanto composições de Sting (como “The Hounds of Winter”).

• Contém reinterpretações inusitadas, como “The Hurdy-Gurdy Man”, baseado em Schubert, adaptado por Sting.

• Foi produzido em colaboração com Robert Sadin, que também assina arranjos sofisticados e clássicos.

• O álbum foi lançado em diversos formatos, incluindo versões com DVD e edições exclusivas com faixas bônus, como “The Coventry Carol” para o Japão.

• A sonoridade mistura elementos de folk britânico, jazz, música clássica e sons do Oriente Médio (com instrumentos como oud e ney).

• Convida o ouvinte a revisitar o inverno como símbolo de introspecção, espiritualidade e renascimento… sem piscar nas luzinhas natalinas.

Produção

Robert Sadin, Sting

Mudança de line

Comparando com o álbum anterior (“Songs from the Labyrinth”, 2006), não houve uma mudança formal de formação. Ambos os álbuns exploram repertórios históricos e clássicos, com Sting colaborando novamente com o arranjador Robert Sadin e músicos especializados, como Edin Karamazov e Dominic Miller.

Formação

Sting – voz, arranjos, alaúde, guitarras, caixa (snare drum), percussão
Dominic Miller – guitarras
Dean Parks – guitarra, mandolina
David Mansfield – mandolina, violão de 12 cordas, dulcimer de colo, mandocello
Ira Coleman – baixo
Mary Macmaster – harpa, vocal
Edin Karamazov – alaúde
Kathryn Tickell – violino (fiddle), gaita campesina da Northeast inglesa (Northumbrian smallpipes)
Julian Sutton – melodeon (acordeão diatônico)
Daniel Hope – violino
Vincent Ségal – violoncelo
Chris Botti – trompete
Ibrahim Maalouf – trompete
David Sancious – órgão Hammong
Jack DeJohnette – bateria
Cyro Baptista – percussão
Bijan Chemirani – percussão
Rhani Krija – percussão
The Webb Sisters – vocais de apoio
Stile Antico – conjunto vocal
Lisa Fischer – vocais de apoio
Jasmine Thomas – vocais de apoio
Joe Sumner – vocais de apoio
…e muitos outros músicos convidados com instrumentos como trombone, tuba, clarinete baixo, ney, oud, harpa e diversos de percussão