Soulfly - Chama

Chama

13º álbum de estúdio​

Era

Fronteiras do Fogo (2025‑presente)

8.0

Nota média
de sites de crítica

Tribos, chamas e aço bruto

O som de “Chama” emerge como um vulcão metálico irrompendo: riffs cavalam como feras encilhadas e a voz de Max Cavalera rasga o silêncio com urgência e tribalismo. O álbum mergulha nas raízes da banda — batida, percussão, agressão — e ao mesmo tempo sente-se fresco, como se Soulfly tivesse redescoberto a chama primitiva que incendiou seus primeiros trabalhos.

As influências indígenas e percussivas estão mais evidentes do que nunca, enquanto as guitarras abraçam tanto o groove cru quanto o thrash direto no pescoço do ouvinte. Comparado aos discos mais “polidos” recentes, aqui impera uma urgência quase punk: poucas músicas brincam — todas atacam. Em “No Pain = No Power”, o clamor “struggle = strength” ressoa com o peso de um ritual de tribo contemporânea. Para quem segue a banda desde os tempos da fusão nu‑metal/tribal, é fascinante ver como eles retornam à essência sem soar retrógrado. A sonoridade segue familiar porém renovada, e isso torna o disco uma espécie de ponte entre o passado visceral e o presente brutal.

Destaques

2 – Storm the Gates
3 – Nihilist
1 – Indigenous Inquisition

Menos ouvidas

4 – No Pain = No Power
5 – Ghenna

Fatos interessantes

• O título “Chama” faz tanto referência “fogo” quanto a um “chamado”.

• A capa apresenta um dançarino cerimonial Navajo, reforçando a temática tribal e ancestral do álbum.

• É o primeiro álbum em que Zyon Cavalera, filho de Max Cavalera, assume o cargo de produtor principal da banda.

• Convidados de peso participam: Dino Cazares (Fear Factory) e Ben Cook (No Warning) estão em “No Pain = No Power”.

• A faixa de abertura “Indigenous Inquisition” dura apenas cerca de 2 minutos e funciona como invocação ritual antes que a carnificina comece.

• A música “Favela / Dystopia” traz uma referência explícita às favelas brasileiras, conectando Brasil, tribo e metal.

• A proposta do álbum volta a enfatizar percussão pesada, atmosferas tribais e riffs que evocam o clássico “Roots” do Sepultura.

• Embora a banda integre elementos tribais, há uma crítica recorrente sobre o uso desses símbolos por músicos não indígenas.

Produção

Zyon Cavalera, Arthur Rizk

Mudança de line

O baixista Mike Leon não troca baixo em “Chama”, sendo substituído por Igor Amadeus Cavalera. A entrada de Mike DeLeon na guitarra também marca uma renovação no lineup. A nova formação aposta em conexões familiares e parcerias sólidas para resgatar o peso tribal da era clássica da banda.

Formação

Max Cavalera – voz e guitarra rítmica
Zyon Cavalera – bateria e percussão

Músicos adicionais
Igor Amadeus Cavalera – baixo elétrico
Mike DeLeon – guitarra solo/backing vocals
Ben Cook – vocal convidado (faixa 4)
Dino Cazares – guitarra convidada (faixa 4)
Michael Amott – guitarra convidada (faixa 5)

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