Este duplo Peelesco é uma cápsula do tempo pulsante: vai dos nervos juvenis new wave de 1981 até o brilho britpop dos anos 90 e além. As primeiras faixas, como “Turkey Mambo Momma”, soam desajeitadas, cruas, quase punk – como aquela fita demo que Jarvis mandou pro Peel antes do café da manhã. Já nas sessões dos anos 90, Pulp dribla entre o pop teatral e o alternativo com elegância, levando ao palco temas como “Common People” e “Underwear” com fisgadas emocionais e um toque sujo de cabaré urbano.

O disco é um passeio pela evolução sonora da banda: da urgência lo-fi aos arranjos grandiosos pós-1993. Os momentos de estúdio contrastam lindamente com as performances ao vivo no disco 2, cheias de energia crua e interação com o público – o que revela por que o Peel Sessions foi quase um ritual de passagem para eles. E fechar com versões detonadoras de clássicos ao vivo dá um gostinho de por que Pulp ainda soa tão imediatos.

Jarvis Cocker – voz, guitarra, percussão
Russell Senior – guitarra, violino (1981‑1995 sessões)
Candida Doyle – teclados (1993‑2001 sessões)
Mark Webber – guitarra (1994‑2001 sessões)
Steve Mackey – baixo (1993‑2001 sessões)
Nick Banks – bateria (1993‑2001 sessões)
Peter Dalton – sintetizador, órgão, guitarra, backing vocals, xilofone, percussão (1981 sessões)
Jamie Pinchbeck – baixo, percussão (1981 sessões)
Wayne Furniss – bateria, percussão (1981 sessões)