Engenheiros do Hawaii - Ouça o que Eu Digo: Não Ouça Ninguém

Ouça o que Eu Digo: Não Ouça Ninguém

3º álbum de estúdio​

Era

Raízes Rebeldes (1986–1988)

7.5

Nota média
de sites de crítica

O Grito do Power Trio

Em Ouça o Que Eu Digo: Não Ouça Ninguém, o Engenheiros do Hawaii dá um salto de maturidade: deixam o clima experimental dos primeiros discos e investem num som mais direto, enxuto e com pegada de trio poderoso. Com guitarras distorcidas e cachoeiras de riffs, o álbum soa como um “Power Trio em fúria”, contrastando vividamente com o pop progressivo do passado.

A lírica segue sarcástica, ironizando instituições e o conformismo — o título já avisa: “faça o que eu digo, não o que eu faço”. Influências do rock britânico e ecos de Pink Floyd se entrelaçam, especialmente na faixa final “Variações Sobre um Mesmo Tema”, um mini épico em três atos. O disco é coeso e direto, refletindo a química da banda em turnê, e consagra Augusto Licks como peça central do novo estilo. Há energia, atitude e um frescor que ia além das expectativas da cena nacional dos anos 80.

Destaques

3 – Somos Quem Podemos Ser
1 – Ouça O Que Eu Digo, Não Ouça Ninguém
8 – Tribos E Tribunais

Menos ouvidas

5 – Desde Quando?
7 – A Verdade A Ver Navios

Fatos interessantes

• O álbum foi gravado em julho/agosto de 1988 nos estúdios RCA, São Paulo, e mixado no Rio pelo próprio grupo

• A capa, criada por Maltz, usa símbolos que misturam estética hippie e referências ao totalitarismo (com trocadilho visual para suástica)

• O trio passou a usar pedais e amplificadores Mesa Boogie no lugar dos antigos Fender, reforçando a distorção mais pesada

• Dois singles promocionais: faixa-título e “Somos Quem Podemos Ser”, esta última estourou nas rádios

• O disco atingiu certificado de ouro, ultrapassando 100 mil cópias vendidas

• A faixa final homenageia em estrutura o rock progressivo e dá voz principal a Augusto em sua estreia nos vocais

• A turnê que se seguiu foi batizada “Variações sobre a Mesma Tour”, em referência ao último som do disco

Produção

Luiz Carlos Maluly

Mudança de line

A formação manteve-se a mesma do álbum anterior (“A Revolta dos Dândis”), com Gessinger, Licks e Maltz firmes como power trio.

Formação

Humberto Gessinger – voz, baixo elétrico, guitarra e violão
Augusto Licks – guitarra, violão, piano e vocais
Carlos Maltz – bateria

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