Engenheiros do Hawaii - A Revolta dos Dândis

A Revolta dos Dândis

2º álbum de estúdio​

Fase

Raízes Rebeldes (1986–1988)

8.2

Nota média
de sites de crítica

Existencialismo dândi em vinil

O segundo disco dos Engenheiros é uma viagem existencialistas em forma de rock setentista com pitadas de new wave. As guitarras de Licks soam como vinil antigo garimpado num brechó, enquanto o baixo de Gessinger, alto e certeiro, aparece como protagonista pela primeira vez. As letras transitam entre Camus e Sartre com sarcasmo – jovens dandis reclamando da juventude como se fosse um produto de prateleira. “Infinita Highway” faz uma road trip introspectiva, quase Dylaniana; “A Revolta…” é o punk contido dos dândis. Um álbum que rejeita as fórmulas do rock brasileiro dos anos 80 e se veste de vinil europeu, com elegância provocadora.

É um sopro de maturidade: a produção é enxuta, orgânica, sem firulas. Comparado ao debut, aqui os Engenheiros refinaram o discurso, cortaram os excessos e plantaram sementes que viriam florescer nos trabalhos subsequentes.

Destaques

3 – Infinita Highway
2 – Terra de Gigantes
1 – A Revolta dos Dândis I

Menos ouvidas

9 – Quem Tem Pressa Não Se Interessa
10 – Desde Aquele Dia

Fatos interessantes

• Gravado em julho de 1987 nos estúdios da RCA em São Paulo, mixado no mês seguinte.

• Humberto afinou o baixo uma oitava acima por acidente, o que resultou em timbre marcante e presente na mixagem.

• A capa traz referência à Sociedade de Engenharia do RS, com engrenagens e imagens políticas e culturais – sacada visual de Carlos Maltz.

• Letras trazem citações a Camus e Sartre, provocando polêmica entre o público e crítica por suposto elitismo.

• Vendeu mais de 50 000 cópias no primeiro ano e gerou três singles nas rádios: “A Revolta… I”, “Terra de Gigantes” e “Infinita Highway”.

• A faixa “Guardas da Fronteira” conta com a participação de Júlio Reny, amigo da banda.

• Inspirado por Echo & the Bunnymen e outros nomes da new wave europeia – Augusto foi apresentado ao gênero antes das gravações.

• Em 2008, foi tema de um Discoteca MTV; em 2017, houve turnê de 30 anos.

Produção

Reinaldo Barriga

Mudança de line

Saiu Marcelo Pitz (baixo), por divergências internas durante a turnê de 1987. Entrou Augusto Licks na guitarra, enquanto Humberto passou a assumir o baixo. Esse rearranjo foi decisivo para um som mais próximo do folk/rock setentista e mais inspirado em Bob Dylan.

Formação

Humberto Gessinger – voz, baixo elétrico (Rickenbacker 4003); guitarra em “Terra de Gigantes”; violão 12 cordas em “Vozes”
Augusto Licks – guitarra elétrica e acústica; harmônica (“A Revolta… I & II”); órgão Hammond (“Vozes”)
Carlos Maltz – bateria, percussão; vocais em “Filmes de Guerra, Canções de Amor”

Músicos adicionais
Júlio Reny – vocal em “Guardas da Fronteira”
Reinaldo Barriga – baixo em “Terra de Gigantes”
Jaguar, Picolé, Tuca – percussão em “Filmes de Guerra, Canções de Amor”

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