Em Ghost Stories, Coldplay mergulha numa aura de introspecção minimalista, como se Chris Martin tivesse colocado seu coração em um túnel de som eletrônico sussurrado. O boom etéreo de Midnight e os sussurros de Always in My Head evocam um Bon Iver britânico em transe, enquanto A Sky Full of Stars explode como um lampejo de esperança em meio à neblina emocional do disco. A temática gira em torno de um processo de luto e redenção, permeando o caos do divórcio de Martin com um tom suave e contemplativo—menos corais de estádio, mais confissões sussurradas.

Este álbum afasta-se da grandiosidade vibrante de Mylo Xyloto e Viva la Vida, adotando um som mais contido, etéreo e atmosférico. Apesar de algumas letras tropeçarem na simplicidade, a honestidade emotiva e a produção elegante criam uma sensação de imersão na dor e no renascimento emocional. A faixa “Ink”, embora criticada pela letra, marca um ápice melancólico; já “True Love” tem um solo de guitarra choroso que corta como navalha. No fim, o álbum soa como uma meditação melancólica: delicada, mas firme, mostrando uma banda revisitando sua vulnerabilidade com elegância melódica.

Chris Martin – voz, piano, teclado
Jonny Buckland – guitarra
Guy Berryman – baixo elétrico
Will Champion – bateria, vocais de apoio

Músicos adicionais
Avicii – piano (faixa “A Sky Full of Stars”)
Jon Hopkins – programação eletrônica