Com Crazy Nights, o Kiss faz uma virada clara em direção a um som mais comercial, abraçando elementos de pop-metal e rock mais radiofônico. A presença de teclados e sintetizadores é maior, dando ao álbum um acabamento mais polido do que nos períodos anteriores em que o foco era puro hard rock/guitarras pesadas. O produtor Ron Nevison traz essa atmosfera de arena rock glamoroso — é como se Kiss tivesse decidido vestir uma armadura brilhante para entrar nas rádios e na MTV.

As melodias de Paul Stanley, especialmente nas power ballads como “Reason to Live”, contrastam com os momentos mais agressivos ou rápidos, como “No, No, No”, onde Bruce Kulick tem espaço para solo e riffs mais ousados. Há uma tensão criativa perceptível: Stanley assumindo uma postura mais proeminente na composição, buscando hits, enquanto Simmons contribui em seu estilo habitual, mas com menor peso. O álbum entrega seus momentos de êxito, mas também expõe a fragilidade de tentar agradar a um público amplo sem perder identidade — algumas faixas soam presas entre o que Kiss era e o que o mercado esperava no final dos anos 80.

Paul Stanley – voz / voz principal onde aplicável, guitarra rítmica, teclados, backing vocals
Gene Simmons – voz / voz principal em suas faixas, baixo, backing vocals
Bruce Kulick – guitarra solo, backing vocals, (também baixo em “Hell or High Water”)
Eric Carr – bateria, percussão, backing vocals

Músicos adicionais:
Phil Ashley – teclados
Tom Kelly – backing vocals