Sam Cooke - Night Beat

Night Beat

10º álbum de estúdio​

Fase

Na Penumbra do Jazz (1963)

8.5

Nota média
de sites de crítica

Voz nua na madrugada

Night Beat escapa ao brilho do pop convencional com uma aura crepuscular digna de um bar noturno, onde Sam Cooke dispensa ornamentos e deixa sua voz iluminar cada compasso como um raio frio e suave. O álbum é feito daqueles suspiros sonoros que se escutam no silêncio da madrugada: simples, visceral e profundo.

A companhia de Billy Preston no órgão, apenas um adolescente, adiciona uma curiosidade sonora que dialoga com guitarras delicadas e piano sutil. A escolha por clássicos do blues, standards tradicionais e composições próprias aproxima o disco de um recital íntimo — como se Cooke te chamasse para uma conversa franca no fim da noite. Ao contrário de trabalhos anteriores mais polidos e voltados às paradas, aqui a alma vem à mostra, com menos brilho e mais emoção crua, marcando-o como um dos maiores momentos de sua carreira.

Destaques

3 – Mean Old World
1 – Nobody Knows the Trouble I’ve Seen
2 – Lost and Lookin’

Menos ouvidas

5 – I Lost Everything
12 – Shake, Rattle and Roll

Fatos interessantes

• O título Night Beat reflete as longas sessões de gravação realizadas à noite, buscando uma atmosfera íntima.

• Billy Preston, com apenas 16 anos, participa tocando órgão nas gravações.

• Todas as gravações ocorreram em apenas três noites no estúdio da RCA em Hollywood, fevereiro de 1963.

• O álbum é frequentemente citado como um dos melhores da carreira de Sam Cooke, devido à sua rareza e profundidade emocional.

• The Guardian incluiu Night Beat entre os “1000 álbuns para ouvir antes de morrer”, destacando a voz de Cooke como hipnotizante nesse registro.

• Ao contrário de outros álbuns de Cooke adornados com orquestrações e coros, este foi pensado para evidenciar sua voz sem distrações.

• Três músicas do álbum foram gravadas em 22 de fevereiro, outras quatro no dia seguinte, e o restante em 25 de fevereiro de 1963.

• Os músicos envolvidos incluíam referências do jazz e do pop, como o guitarrista Barney Kessel e o baterista Hal Blaine.

• O álbum apresenta standards tradicionais como “Nobody Knows the Trouble I’ve Seen” e covers blues como “Little Red Rooster”.

• O engenheiro de som nas gravações foi Dave Hassinger, contribuindo para a qualidade respeitosa do registro.

Produção

Hugo & Luigi

Mudança de line

Comparado ao álbum anterior (Mr. Soul, lançado em 1963), Night Beat apresenta um foco diferenciado: em vez de arranjos orquestrados e vocais de coro, foram escolhidos músicos de estúdio em sessões intimistas e noturnas.

Formação

Sam Cooke – voz principal (vocais)
René Hall – guitarra e condução orquestral
Barney Kessel – guitarra
Clifton White – guitarra
Cliff Hils – baixo elétrico
Ray Johnson – piano
Billy Preston – órgão (com apenas 16 anos)
Hal Blaine – bateria
Edward “Sharky” Hall – bateria, tambourim

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