Ramones - Animal Boy

Animal Boy

9º álbum de estúdio​

Era

Regresso e Resistência (1984–1987)

6.7

Nota média
de sites de crítica

Punk com teclados e choque

O som de Animal Boy é como um Ramones encontrando sintetizadores num bar escuro de Nova York: aquela energia punk direta é temperada com teclados e timbres pop, criando uma mistura curiosa — e às vezes desconcertante. O disco começa com Richie mostrando sua cara em “Somebody Put Something in My Drink”, e transita entre faixas agressivas, política (“Bonzo Goes to Bitburg”) e até baladas (“She Belongs to Me”), quebrando o molde ramoniano tradicional.

Rodando da guitarra desleixada de Johnny para o frisson pop de “Something to Believe In”, o álbum oscila entre experimentalismo e decadência antiga. A produção de Jean Beauvoir adiciona camadas polidas: em alguns momentos, a originalidade do punk some, mas, por outro, há charme inesperado no que era estranhamente provocativo para 1986. Animal Boy é confuso, é ousado — e prova que os Ramones ainda sabiam mexer com nossas expectativas.

Destaques

7 – My Brain Is Hanging Upside Down (Bonzo Goes To Bitburg)
1 – Somebody Put Something in My Drink
12 – Something to Believe In

Menos ouvidas

5 – She Belongs to Me
11 – Hair Of The Dog

Fatos interessantes

• É o primeiro álbum em que o baterista Richie Ramone compõe e canta; ele escreveu “Somebody Put Something in My Drink” inspirado por um episódio real.

• A faixa “My Brain Is Hanging Upside Down (Bonzo Goes To Bitburg)” critica a visita de Reagan a um cemitério militar alemão com túmulos da SS; Johnny Ramone exigiu que o título mudasse.

• A banda usou sintetizadores extensivamente, marcando um afastamento do som punk bruto dos primeiros discos, polarizando fãs e críticos.

• O vídeo de “Something to Believe In” satiriza o Live Aid e conta com participações de Spinal Tap, Weird Al, Circle Jerks e outros.

• A foto da capa quase teve um chimpanzé real — substituído por uma pessoa fantasiada por dificuldades com o animal.

• Devido a conflitos internos, Joey se afastou da escrita, limpando caminho para Dee Dee e Richie assumirem composições.

• Lançou quatro singles que alcançaram as paradas do Reino Unido, embora o disco tenha alcançado apenas #143 na Billboard 200.

• Rolling Stone elogiou como um “reductionist masterpiece”; por outro lado, AllMusic criticou a produção polida e avaliou-o como um “career low”.

• Em comparação ao disco anterior — Too Tough to Die (1984) — o álbum é visto como mais disperso e dividido, mas não sem mérito criativo.

Produção

Jean Beauvoir

Mudança de line

Comparado ao álbum anterior (“Too Tough to Die”, 1984), a mudança mais significativa foi o maior envolvimento de Richie Ramone, que além de tocar bateria também contribuiu como compositor — algo não visto desde Tommy Ramone.

Formação

Joey Ramone – voz principal, backing vocals
Johnny Ramone – guitarra principal
Dee Dee Ramone – baixo elétrico, backing vocals, voz principal em “Love Kills” (faixa 3) e “Eat That Rat” (faixa 9)
Richie Ramone – bateria, backing vocals

Músicos adicionais
Walter Lure – guitarra adicional
Jean Beauvoir – guitarra adicional, teclados, backing vocals

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