Abertura com o épico apocalíptico “The Man Comes Around” mergulha o ouvinte em um terreno bíblico e introspectivo, como quem acende uma vela em meio à tempestade. O álbum segue declinando a voz já frágil de Cash por clássicos como “Bridge Over Troubled Water” e “In My Life”, onde sua entonação quase quebradiça expõe cada sílaba com urgência emocional — é mais do que uma interpretação; é uma confissão.
O antológico cover de “Hurt” transforma angústia alternativa em elegia country, criando uma das performances mais devastadoras da carreira. A produção de Rick Rubin se move como uma brisa econômica: violões espaçados, punhados de teclado aqui e ali, e o silêncio, sempre, como protagonista. É um disco que cheira à reta final da vida, mas também à redenção — elegante, cru e poeticamente sincero.
• Foi o último álbum lançado por Cash em vida, e seu primeiro não-compilado a virar ouro em 30 anos.
• O videoclipe de “Hurt” venceu o MTV VMA de Melhor Cinematografia em 2003 e levou Grammy de Melhor Vídeo Curto em 2004.
• “Give My Love to Rose” rendeu a Cash um Grammy de Melhor Performance Vocal Masculina em Country em 2003 — a canção havia sido originalmente gravada por ele nos anos 50.
• Apenas três das quinze faixas foram escritas por Cash; “The Man Comes Around” foi a única composta inteiramente para este álbum.
• Rick Rubin convidou John Frusciante para recriar “Personal Jesus” no estilo blues acústico.
• Trent Reznor (Nine Inch Nails) disse que, ao ouvir a versão de “Hurt”, sentiu que “essa canção não é mais minha.”
• A voz desgastada de Cash, frequentemente descrita como “frágil”, confere um caráter quase espiritual ao álbum.
Johnny Cash – voz, violão acústico, violão elétrico, arranjador, adaptação
Músicos adicionais
Don Henley – bateria, teclado, vocais
Fiona Apple – vocais
Nick Cave – vocais
Mike Campbell, John Frusciante, Randy Scruggs – violão acústico, violão elétrico
Thom Bresh, Jeff Hanna, Kerry Marx, Marty Stuart – violão acústico
Smokey Hormel – violão acústico, slide guitar, violão elétrico
Jack Clement – Dobro
Joey Waronker – bateria
David R. Ferguson – ukulele, engenharia, mixagem
Laura Cash – fiddle, assistente de produção
Terry Harrington – clarinete
Benmont Tench – órgão, piano, harmonium, Mellotron, vibrafone, pipe organ, Wurlitzer
Roger Manning – piano, tack piano, harmonium, Mellotron, Chamberlin, sinos orquestrais
Billy Preston – piano, teclados
