Post-metal, Sludge metal

Unself

8.1

Nota média
de sites de crítica

Peso com propósito e voz própria

O álbum “Unself” soa como um soco em câmera lenta seguido de um abraço inesperado. A banda ‎Conjurer não abandona sua textura densa de riffs soturnos e explosões de peso, mas desta vez há mais espaço para respiração, melodia e vulnerabilidade — como se o monstro de sludge tivesse finalmente aprendido a chorar.

A abertura “Unself” começa quase folk‑acústica, antes de mergulhar em caos controlado, ilustrando o tema central: a desconstrução do “eu” diante de uma sociedade que não encaixa. A produção de Joe Clayton ajuda a ressaltar tanto a brutalidade quanto os momentos de introspecção. Faixas como “Let Us Live” exibem vocais limpos que contrastam com o rugido tradicional do grupo, enquanto “Foreclosure” e “Hang Them In Your Head” mostram como a banda domina a dinâmica “peso vs melodia” com maturidade.

A abordagem criativa aqui é clara: não se trata apenas em destruir ou impressionar, mas em comunicar — e comunicar sobre identidade, pertencimento e revolta. Nesse sentido, o álbum marca uma nova fase para a banda, onde o impacto emocional acompanha o impacto sonoro.

Destaques

7 – Hang Them In Your Head
6 – Let Us Live
3 – There Is No Warmth

Menos ouvidas

1 – Unself
2 – All Apart

Fatos interessantes

• O vocalista/guitarrista Dani Nightingale foi diagnosticado com autismo aos 31 anos e também se reconheceu como não‑binário nessa jornada, temas centrais do álbum.

• As faixas de encerramento e abertura são baseadas no cântico gospel tradicional “This World Is Not My Home”, reinterpretadas com peso e significado moderno.

• O clipe de “All Apart” foi lançado junto com o álbum e aborda a alienação social e pessoal.

• A banda permitiu mais tempo de pré‑produção e gravação, com o objetivo de dar mais clareza ao material e respirar entre os fragmentos mais agressivos.

• A gravação evidencia uma evolução songwriting: menos excesso técnico, mais foco em impacto emocional e coesão.

• “This World Is Not My Home” aparece duas vezes (início e fim) como metáfora para deslocamento e pertencimento, conferindo ao álbum uma estrutura circular.

• O álbum foi lançado através da gravadora Nuclear Blast, reforçando a posição da banda entre nomes de metal de destaque.

• A repercussão crítica foi bastante positiva, com reconhecimento da maturidade artística da banda.

• O álbum aborda também a crítica à sociedade capitalista contemporânea, ao conformismo e às expectativas que moldam identidades.

• A faixa “A Plea” funciona como interlúdio emocional mais calmo em meio ao turbilhão de peso, oferecendo um contraponto sensível.

Produção

Joe Clayton

Mudança de line

Entrada de Noah See como baterista, após a saída de Jan Krause. A nova formação trouxe mais equilíbrio entre o peso visceral da banda e passagens melódicas introspectivas, marcando uma fase de maturidade sonora.

Formação

Brady Deeprose – guitarras, vocais principais
Dani Nightingale – guitarras, vocais principais
Conor Marshall – baixo elétrico
Noah See – bateria

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