Scoundrel Days, o segundo álbum do a-ha, é um salto audacioso para longe da aura pop chiclete de Take On Me. Aqui, os noruegueses trocam o brilho MTV por uma escuridão sofisticada, criando um épico melódico que mistura a grandiosidade de Tears for Fears com a densidade atmosférica de Depeche Mode e a ousadia experimental de Talk Talk. Abrindo com “Was that somebody screaming?”, o disco imediatamente entrega um tom cinematográfico e melancólico. “Cry Wolf” traz um groove funk inesperado, enquanto “Manhattan Skyline” alterna doçura synth-pop com guitarras sujas e vocais rasgados. As letras são abstratas, navegando entre isolamento, terror pessoal e… baleias?

A produção densamente camadas às vezes desafia o ouvinte, mas, com paciência, revela momentos de pura genialidade. É um trabalho menos comercial, mas que mostra um a-ha complexo, experimental e maduro, ampliando seu som para além do synth-pop. O resultado? Uma joia dos anos 80, que desafia rótulos e recompensa ouvintes dispostos a desbravar suas profundezas.

Morten Harket – vocal
Magne Furuholmen – teclado, backing vocal
Pål Waaktaar – guitarra, backing vocal