Marillion - Script for a Jester's Tear

Script for a Jester's Tear

1º álbum de estúdio​

Fase

Gênese Neo‑Prog com Fish (1983–1987)

8.2

Nota média
de sites de crítica

O épico teatral do neo‑prog

Em Script for a Jester’s Tear, Marillion equilibra a teatralidade do art‑rock com melodias envolventes, criando uma sonoridade que parece um drama épico dividido em atos. Fish assume uma postura de narrador trágico, com letras que transitam entre o existencial e o observacional, como em “Garden Party”, onde satiriza os bacanas da alta sociedade com ironia quase cinematográfica.

Rothery constrói solos intrincados que lembram David Gilmour em um espelho d’água, enquanto a seção rítmica alterna entre passagens com pegada punk e composições progressivas longas. O álbum soa coeso e maduro, e embora por vezes exibido em falsetes intensos (Fish reconheceu que forçou o tom), ainda é capaz de encher os ouvidos com emoção e drama — um poderoso debut que ajudou a ressuscitar o neo‑prog nos anos 80. A produção de Nick Tauber dá destaque ao clima sombrio, com camadas de teclados e arranjos densos, em contraste com o debut cru da banda. As composições são longas, mas sem parecerem excessivas — compõem uma narrativa precisa, com os épicos “The Web” e “Forgotten Sons” como capítulos centrais, e o disco termina deixando aquele gosto de “quero mais pós‑roteiro”.

Destaques

1 – Script for a Jester’s Tear
2 – He Knows You Know
4 – Garden Party

Menos ouvidas

3 – The Web
6 – Forgotten Sons

Fatos interessantes

• O álbum ficou 31 semanas no Top 10 do Reino Unido, chegando à 7ª colocação.

• Conta com “He Knows You Know” e “Garden Party”, que viraram singles de sucesso (Top 40 e Top 20, respectivamente).

• Único disco com Mick Pointer na bateria — foi demitido após a turnê.

• A capa, desenhada por Mark Wilkinson, retrata um bobo da corte melancólico diante de uma janela, refletindo o clima nostálgico do álbum.

• Em 2020, foi lançada edição deluxe com novos mixes e gravações ao vivo de 1982.

• Em 1983, o álbum foi considerado revitalizador da cena prog, com influência em bandas como IQ e Pendragon.

• Fish declarou anos depois que usou falsetes forçados na gravação, refletindo sua inexperiência vocal.

• A faixa “The Web” contém referências à Odisséia, especialmente Penélope.

• O coro infantil em “Forgotten Sons” intensifica o impacto emocional da faixa, sobre veteranos de guerra.

Produção

Nick Tauber

Mudança de line

Primeira formação

Formação

Fish – voz principal
Steve Rothery – guitarra
Pete Trewavas – baixo
Mark Kelly – teclados
Mick Pointer – bateria, percussão

Músicos adicionais
Marquee Club’s Parents Association Children’s Choir – coro em “Forgotten Sons”
Peter Cockburn – voz de locutor em “Forgotten Sons”

Se gostou, também vai gostar de...

David Bowie - Diamond Dogs
Art rock

David Bowie – Diamond Dogs

Bowie mistura rock cru e soul em um cenário distópico, marcando sua transição artística e antecipando o punk.

Talking Heads - Remain in Light
Art rock

Talking Heads – Remain in Light

Uma fusão hipnótica de ritmos africanos, loops eletrônicos e letras existenciais, onde o funk encontra a filosofia em um groove ininterrupto.

Outros álbuns do mesmo ano

Ramones - Subterranean Jungle
Power pop

Ramones – Subterranean Jungle

O 7º álbum retorna ao punk cru dos Ramones, com riffs pesados, tensão interna e covers marcantes que equilibram nostalgia e agressividade.

David Bowie - Let's Dance
Dance-rock

David Bowie – Let’s Dance

Bowie abraça o pop dançante ao lado de Nile Rodgers, com grooves funk e guitarras blues, reinventando-se e conquistando as paradas mundiais.

Pulp - It
Indie folk

Pulp – It

Debut acústico e folk de Pulp, com Jarvis incipiente e atmosfera ingênua, marcando o pontapé inicial da jornada indie da banda.